Rondônia busca alternativas para crise
A crise financeira que vem se instalando gradativamente no Brasil, já apresentou seus reflexos em Rondônia, e as empresas que vendem produtos do estado para o mercado internacional foram as que mais sentiram esses reflexos.
Gráfico do volume de exportações do estado
Segundo dados da Secretaria Estadual de Finanças – Sefin, nos primeiros meses de 2009 (janeiro/fevereiro) o volume de exportações sofreu uma queda de mais de 60%, uma redução de 44,37% em relação ao mesmo período de 2008, como mostra o gráfico abaixo:
De acordo com o coordenador geral da Receita Estadual, Ciro Muneo Funada, no primeiro bimestre do ano passado foram exportados aproximadamente U$ 87 milhões, cerca de R$ 200 milhões. Em 2009 a comercialização de produtos de Rondônia para outros países, nesse mesmo período, foi de cerca de U$ 48 milhões, aproximadamente R$ 110 milhões, o que representa uma queda de quase R$ 89 milhões nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. “Rondônia é o terceiro maior exportador da região norte, ficando atrás apenas dos estados do Pará e Amazonas, que também tiveram queda em decorrência da crise econômica. Os principais produtos comercializados internacionalmente que tiveram queda acentuada foram: carne, madeira, café, grãos, couro, granito, minérios e outros. Já o milho e o miúdo bovino conseguiram se manter em meio à crise, diz Funada.
No ranking brasileiro de exportações, Rondônia, que em 1996 aparecia em 24º lugar, quando começou a vender produtos do estado para o exterior, hoje ocupa o 18º e, apesar da crise, mantém a mesma posição há pelo menos quatro anos.
Os produtos rondonienses não são vendidos apenas para os países vizinhos, como Bolívia e Peru, mas também para os Estados Unidos, África, Rússia, Arábia Saudita, Holanda, China, França, Espanha entre outros. Já a Venezuela, Reino Unido, na Inglaterra, Hong Kong e Malásia são os quatros principais países que importam produtos de Rondônia.
Superávit na balança Comercial
Rondônia mantém um superávit no saldo da balança comercial totalizando a soma de U$ 25 milhões, levando em consideração o volume de exportações que registraram U$ 47 milhões no ano passado, menos as importações realizadas nos dois primeiros meses de 2009, que até agora somam U$ 22 milhões, significando a entrada de mais divisas para o estado. Um levantamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, mostra que a região Norte apresentou queda de 27,5% nas importações, no comparativo com fevereiro do ano de 2008, e Rondônia obteve índice positivo sobre as importações do ano passado.
Na realidade, o Estado de Rondônia, desde 2003 até o momento, apresenta um superávit na balança comercial, assim como no volume de exportações, como mostra a tabela abaixo:
Alternativa
O titular da Secretaria Estadual de Finanças, José Genaro, diz que o Governo do Estado, através do Comitê de Comércio Exterior, que conta com a parceria de outras entidades como Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), Federação do Comércio (Fecomércio), Correios, bancos oficiais e outras instituições, apostam na abertura de novos mercados para alavancar as exportações em meio a crise. “O Governo do Estado e as entidades parceiras estudam uma forma de mostrar aos empresários de Rondônia possibilidades de abrir novos mercados com a colocação de produtos rondonienses e, dessa maneira, tentar ampliar a pauta de produtos exportados por Rondônia, observa Genaro.
A tão esperada saída para o Pacífico pode ser uma alternativa, dando novo impulso na comercialização internacional para os países andinos. “Grande parte das exportações é voltada para o setor de alimentação, como a carne, o grão e o café. O mundo precisa se alimentar, e acreditamos que a crise para esses setores tenha uma recuperação mais rápida”, finaliza otimista o secretário.
Fonte: A/I SEFIN – Secretaria de Fazenda