Antecipação do crédito é estímulo ao plantio da leguminosa em dez regiões
A nova previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2009/2010 em Minas, com base em informações sobre os plantios, confirma os efeitos da migração de produtores de milho para a soja. De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, o aumento estimado de produção da leguminosa é de 9,2%, com o volume previsto de quase 3 milhões de toneladas. A safra anterior alcançou cerca de 2,7 milhões.
Conforme a estimativa atual, a produção mineira de soja deve ficar apenas 3% abaixo da safra recorde alcançada pelo Estado em 2005, diz Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da superintendência. Já o aumento da ocupação de terra com o cultivo de soja no Estado, de acordo com a previsão, é de 7,8%. A área de plantio é de 986,1 mil hectares contra 914,4 mil hectares da safra anterior. Márcia Silva explica que o cultivo da leguminosa oferece melhores perspectivas, atualmente, que o do milho por causa do alto estoque de passagem desse grão no Brasil. Além disso, o plantio da soja “superprecoce” possibilita a colocação antecipada do produto no mercado, com um preço compensador.
Triângulo lidera
A produção de soja, em Minas Gerais, está espalhada por dez regiões, e o conjunto de municípios do Triângulo lidera o ranking estadual com 1.020,6 toneladas. Em segundo lugar está a região Noroeste, com o município mineiro que apresenta a maior produção, Unaí: safra de 288,0 mil toneladas. O município que ocupa o segundo lugar é Uberaba, no Triângulo, com 240,0 mil toneladas. A soma das áreas ocupadas pela soja no Noroeste e no Triângulo alcança 661,6 mil hectares, ou 73,0% da área total com o cultivo da leguminosa no Estado.
Para o algodão, a estimativa é de evolução da ordem de 0,8% na safra 2009/2010. A média prevista é de 56,0 mil toneladas contra 55,5 mil toneladas na safra anterior. A produção de Minas predomina na região Noroeste, com destaque para o município de Unaí, que responde por quase 12,0 mil toneladas. Os outros municípios da região que têm produção forte são Presidente Olegário, Buritis e São Gonçalo do Abaeté. A produção total desses municípios alcança 26,3 mil toneladas. O cultivo é expressivo também no município de Coromandel, no Alto Paranaíba, que produz um pouco mais de 6,4 mil toneladas.
Crédito para plantio
A assessora Márcia Silva ainda observa que, para esta safra, os produtores contam com uma situação nova, a possibilidade de ter crédito agrícola na fase inicial de plantio. Por meio do convênio assinado pelo governo do Estado com o Banco do Brasil foram disponibilizados R$ 6,5 bilhões para os agricultores atenderem à safra 2009/2010. Nos três primeiros meses do ano agrícola, julho a setembro, os produtores já buscaram, para a soja, um valor superior a R$ 160,4 milhões (12% dos recursos disponíveis).” De acordo com a assessora, o segmento que mais recorreu ao crédito foi o do café: quase R$ 377,0 milhões (38,7% do total disponível).
O café é o principal produto agrícola de Minas Gerais, presente na maior parte do Estado, com quase 1,2 milhão de toneladas, que correspondem a quase 50% da produção nacional. Em Minas, o maior volume do produto, 31,4 mil toneladas, é originado atualmente dos cafezais de Patrocínio, no Alto Paranaíba. Em segundo lugar está Três Pontas, no Sul do Estado, com cerca de 29,0 mil toneladas. Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, encontra-se em terceiro lugar, com 24,7 mil toneladas. Na quarta colocação está Manhuaçu, na Zona da Mata, que produz quase 20,7 mil toneladas. E o quinto lugar é de Nepomuceno, na região Sul, com 20,4 mil toneladas.