Cassol concede entrevista coletiva e se defende da acusação de compra de votos
“Sou inocente”, essa foi a declaração mais proferida pelo governador Ivo Cassol durante a entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta quinta-feira (06), na Residência Oficial. Ao lado da primeira-dama Ivone Cassol, o governador declarou aos jornalistas que vê com infelicidade e tristeza a decisão tomada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que cassou o seu mandato e o obrigou a pedir no Tribunal Superior Eleitoral, uma liminar, que agora o mantém no cargo.
Ao lado da esposa Ivone, Cassol responde aos jornalistas
De acordo com ele, a decisão proferida não se ateve aos autos do processo e foi baseado em “achismos”. “Não existem nos autos nenhum depoimento ou prova de que eu esteja envolvido em compra de votos. O povo de Rondônia foi testemunha de que não usei de subterfúgios ilegais para me eleger”, afirmou.
Para Cassol, o exame do processo não foi feito de maneira técnica pelo TRE. “Julgaram a pessoa do governador e não aos fatos presentes nos autos. Foi uma decisão política”, acredita.
Sabatinado na entrevista, o governador apresentou confiança e fez questão de dizer que Deus sempre esteve ao seu lado o ajudando a superar as dificuldades e que conta com o apoio do povo que o elegeu com 54% dos votos.
Ele disse ainda que como cidadão vai procurar as instâncias superiores para recorrer da decisão logo que o acórdão for publicado no Diário da Justiça. “A constituição como prevê o direito deles me condenarem, também prevê o meu direito de defesa e é isso que eu vou fazer”.
Perguntado sobre a possibilidade de ser cassado também no TSE, o governador se disse tranqüilo por não haver nada no processo que o incrimine. Ele lembrou ainda aos jornalistas, que a própria Polícia Federal que investigou o caso, não o indiciou à época por falta de provas. “Se aparecer um depoimento ou mesmo prova de repasse de dinheiro para o senador Expedito Jr., eu renuncio o cargo”, desafiou.
Para Cassol, o TRE foi além da sua competência jurisdicional ao misturar ao processo fatos que foram apurados pela PF após a realização das eleições, o que seria de competência do Superior Tribunal de Justiça julgar. “Fizeram uma salada de fruta”, criticou.
O governador não acredita que a decisão pela cassação seja um revanchismo de outros poderes, mas também não descarta a existência de um descontentamento por parte demais poderes em relação a ele. “Eu mudei o paradigma da administração estadual logo que assumi o Estado, o que desagradou a alguns setores. Eu enxuguei a máquina pública, pedi intervenção federal e ainda vetei um aumento para o poder judiciário nos seis meses antecedentes a eleições de 2006. No meu governo, a receita é dividida de forma a beneficiar a todos e não só alguns, como acontecia antes da minha administração”, explicou.
O governador pediu que todo o secretariado e a população não se esmoreça diante deste episódio e afirmou que vai continuar trabalhando em prol do Estado de Rondônia, como a população espera dele, como Chefe do Executivo. “Estou com minha defesa clara e como governador tenho a serenidade para continuar o trabalho à frente do Estado e vou provar que em nenhum momento estive envolvido nisso”, concluiu.
Fonte: DECOM – Departamento de Comunicação Social