O governador Ivo Cassol foi na tarde deste sábado (25) até a Reserva do Rio Pardo, distante cerca de 80 quilômetros de Buritis, praticamente no meio da floresta, para reunir-se com os moradores daquela região em busca de uma alternativa para a determinação do Ministério do Meio Ambiente de que todo o rebanho bovino deverá ser retirado da área, bem como seus proprietários.
Governador Ivo Cassol fala aos moradores de Rio Pardo
Cassol chegou ao local por volta das 15:30 horas, acompanhado do senador Expedito Júnior, e dos deputados estaduais Neodi de Oliveira, presidente da Assembléia Legislativa, e Tiziu Jidalias, líder do Governo naquela Casa. O governador foi calorosamente recebido pelos moradores, que lotaram a principal rua do distrito para ouvir as alternativas propostas pelo Governo do Estado ao M.M.A. para que não seja preciso a remoção do gado e nem das pessoas do lugar, uma vez que tal operação causará grande transtorno às cerca de 5.000 famílias ali residentes e um verdadeiro caos social ao estado.
Havia a expectativa de protestos dos moradores contra os funcionários do Instituto Chico Mendes, encarregado de comandar a desocupação, e aos fiscais do IBAMA e do Ministério do Meio Ambiente, mas nenhum incidente ou protesto aconteceu, mesmo por que os representantes federais não compareceram, embora tenham se justificado a ausência ao governador durante a semana que passou, temendo que sofressem algum tipo de agressão. “Não precisam se preocupar, Rondônia é terra de gente ordeira e trabalhadora, e o Governo do Estado está buscando uma solução pacífica para o caso”, disse o governador aos seus interlocutores.
Ao fazer uso da palavra, subindo em uma cadeira em plena rua, Cassol explicou que há cerca de 5 anos fez uma proposta de permuta ao Ministério do Meio Ambiente, de uma área equivalente pertencente ao estado, para que as famílias pudessem permanecer naquele local e ter suas propriedades regularizadas. Mesmo reconhecendo a gravidade da situação, a então ministra Marina Silva não aceitou os termos propostos, alegando que a área do Rio Pardo é uma reserva e fora invadida ilegalmente com os moradores causando um desmatamento impossível de ser reposto.
Sabendo da necessidade de uma solução, já que algumas famílias se instalaram no local há 15 anos e ali construíram todo seu patrimônio, Cassol recentemente reuniu-se em Brasília com o ministro Carlos Minc oferecendo uma área da Reserva do Rio Vermelho, situada à margem esquerda do rio Madeira, que é de domínio estadual, onde será construída a barragem da usina de Jirau, em troca da área do Rio Pardo.
“Nós temos um trunfo nas mãos e vamos usar em favor da nossa população: a área que vai ser alagada do lado esquerdo do rio Madeira, onde a usina de Jirau vai ser construída, pertence ao Governo do Estado, e nós oferecemos em troca desta área onde vocês construíram suas vidas”, disse Cassol para delírio da população. O governador referia-se à área da Reserva Rio Vermelho, onde serão assentados os pilares da barragem, e que recentemente teve suspensa a licença de instalação por parte da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental.
Para que a permuta seja oficializada será preciso que a Assembléia Legislativa aprove a operação em plenário, o que foi praticamente garantido pelos deputados presentes no evento: Tiziu Jidalias, Maurão de Carvalho, Daniela Amorim e Ribamar Araújo, além do presidente Neodi Carlos de Oliveira. Todos foram unânimes em afirmar que os moradores do Rio Pardo terão total apoio daquela Casa para que se chegue a um acordo rapidamente com o Governo Federal.
Nesta segunda-feira (27) o governador Ivo Cassol estará em Manaus, quando irá se reunir com o presidente Lula, e aproveitará a ocasião para apresentar a proposta ao presidente, solicitando rapidez no trâmite do processo, uma vez que os moradores da reserva correm contra o tempo para salvar o patrimônio que construíram.
Também estiveram presentes à reunião o deputado federal Ernandes Amorim, o presidente do Idaron, Augustinho Pastore, o prefeito de Buritis, Élson Montes, vereadores do município e de Porto Velho.
Fonte: DECOM – Departamento de Comunicação Social