O governador Ivo Cassol reafirmou com a bancada federal o compromisso do Governo do Estado em liberar recursos próprios como contrapartida nas obras de ampliação do aeroporto de Ji-Paraná.
Reunião governo com Bancada Federal
A garantia foi dada na manhã desta segunda-feira, durante reunião realizada no gabinete do Palácio Presidente Vargas, para discutir alternativas para o início das obras, com a presença do senador Expedito Júnior; dos deputados federais Ernandes Amorim, Lindomar Garçom, Mauro Nazif, Eduardo Valverde e Anselmo de Jesus, além do representante do deputado federal Rubens Moreira Mendes, Guilherme Erse; dos deputados estaduais Neodi Carlos, Daniela Amorim e Jesualdo Pires; do chefe da Casa Civil do Governo, Odacir Soares; do representante da Anac, Tarik Pereira; do prefeito de Ji-Paraná, José Bianco, integrantes da Câmara de Vereadores, Ji-Cred e da Associação Comercial, e outras autoridades.
“O Governo do Estado não é o culpado pela não execução dos serviços. Acertamos pendências do PASEP dos anos de 92, 93, 96 e 97 para que pudéssemos assinar o convênio e liberar os recursos, que não foram liberados, pois faltou por parte do Governo Federal priorizar a obra. O deputado Anselmo e a bancada se esforçaram para trazer o recurso, mas a União não liberou, infelizmente”, disse o governador.
Cassol acrescentou que o Estado investiu cerca de R$ 200 mil na elaboração do projeto de ampliação da pista e que o momento não é mais de discussão, mas sim de ação e que “o Estado está disposto a investir a contrapartida necessária para que a obra seja executada”.
O representante da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a região da Amazônia Ocidental, Tarik Pereira, informou que a liberação da emenda do deputado Anselmo de Jesus, que seria utilizada para a execução da obra no aeroporto, foi cortada pela Agência em virtude do contingenciamento dos recursos por parte do Ministério da Aeronáutica. Tarik disse ainda que a Anac terá recursos da ordem de R$ 100 a R$ 120 milhões para investir em obras nos aeroportos brasileiros, e que a definição das prioridades e do montante e investimento para cada uma delas será definida, provavelmente, agora no próximo mês de abril.
Por sugestão do chefe da Casa Civil, Odacir Soares, a bancada federal vai se reunir com a direção da Anac, em Brasília, para que as obras do aeroporto de Ji-Paraná sejam priorizadas, além da definição da fatia de recursos que caberá para a execução dos serviços, hoje orçados em R$ 34 milhões. O governador sugeriu também que a bancada negocie a complementação da obra com emendas individuais ou de bancada, no orçamento do próximo ano.
Outra discussão levantada pelo deputado estadual Jesualdo Pires foi a preocupação com o possível fechamento do aeroporto durante as obras. “Se os recursos forem sendo liberados em valores em torno de R$ 5 a R$ 6 milhões por ano, a obra iria demorar anos e causar ainda mais transtornos. Por isso, seria bom um novo projeto para a construção de uma pista paralela, que não impediria que as operações de pouso e decolagens continuem”, completou.
O coordenador da bancada federal de Rondônia, deputado Eduardo Valverde, disse que a reunião foi marcada com o objetivo de se definir uma linha de atuação em conjunto e para que a população saiba que há o empenho da classe política. “Agora vamos em busca da solução em Brasília, pois sabemos que a licitação está pronta para ser executada pelo Estado e precisamos a liberação dos recursos para que a obra seja iniciada”, completou.
O senador Expedito Júnior e o deputado federal Amorim conclamaram os parlamentares federais para mais empenho e união em torno dos interesses do Estado e se mostraram decepcionados com o tratamento que Rondônia tem recebido do Governo Federal. “Não se libera emendas, o programa Luz para Todos não consegue ser executado e as questões do Beron e da transposição dos servidores para o quadro federal estão paradas e não vemos nenhum interesse por parte do presidente Lula e de seus ministros em resolvê-los”, desabafou Expedito.
Ernandes Amorim declarou que “a União somente lembra do Estado para ‘dar pancadas’, para nos colocar como bode expiatórios. Acredito que uma maior união da bancada federal poderia, pelo menos, ecoar as nossas cobranças e prioridades de Rondônia. E se precisar de emenda minha para as obras do aeroporto de Ji-Paraná, eu colocarei, mas não sei se a União vai liberar, pois não há contrapartida conosco, que somos da base aliada. Essa é a triste realidade”, lamentou.
A preocupação do governador Ivo Cassol e dos parlamentares é quanto à suspensão das obras de ampliação do aeroporto de Ji-Paraná anunciada recentemente pela ANAC, e o cancelamento das operações da empresa aérea Ocean Air naquele aeroporto, o que causará sérios transtornos à população do interior que deseja viajar para outros estados e precisará se deslocar até a capital para embarcar.
“Embora o aeroporto de Cacoal esteja quase pronto, ainda não é possível receber vôos de grande porte, e a população do interior vai acabar sendo mais uma vez prejudicada, por isso precisamos agir rápido e em conjunto”, finalizou Cassol.
Manutenção da pista
Na reunião o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes (DER), engenheiro Jacques Albagli, afirmou que o Governo do Estado continuará com os trabalhos de reparos na pista do Aeroporto José Coleto, em Ji-Paraná, garantindo o funcionamento do local, até que seja resolvido o problema da liberação de recursos para a reforma geral. Ele lembrou ainda que o DER disponibilizou uma equipe para recuperar algumas fissuras e trincas que têm surgido na pista, devido à retração da base.
Albagli falou que o projeto de reforma e ampliação do aeroporto de Ji-Paraná está pronto, ampliando a pista do José Coleto de 1.800 para 2.000 metros. Disse, ainda, que Ji-Paraná faz parte do Plano Aeroviário do Estado, portanto apto a receber recursos do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa).
Fonte: DECOM – Departamento de Comunicação Social