O empresário José Mindlin recebeu, em São Paulo, os agradecimentos da Imprensa Nacional pela recente doação de uma réplica do decreto original de criação da Impressão Régia, hoje Imprensa Nacional, assinado pelo príncipe regente D. João, em 13 de maio de 1808, documento constante da coleção de 45 mil títulos da Biblioteca José e Guita Mindlin, propriedade do bibliófilo.
Os agradecimentos da Imprensa Nacional foram apresentados pelo Diretor-Geral, Fernando Tolentino, que entregou um ofício ao empresário, além de um cartaz impresso da réplica do decreto, no formato em que ficará exposto no Museu da Imprensa. Mindlin também recebeu a edição do Nosso Jornal, com a matéria do anúncio de doação da peça à Imprensa Nacional. Tolentino estava acompanhado do Secretário Executivo da Associação Brasileira de Imprensas Oficiais, Samir Mounir, com quem se reuniu pela manhã, e também dos servidores da Assessoria de Comunicação da Imprensa Nacional, Pedro Paulo Tavares e Helenilda Lima.
O encontro ocorreu na própria residência do empresário, no bairro paulista do Brooklin, na sala de estar repleta de estantes e balcões com livros, a maioria raros, como uma enorme encadernação dos Lusíadas, de Camões, ainda em pergaminho. A mansão é uma mescla de biblioteca com galeria de artes, tantos são os objetos artísticos expostos nas paredes: quadros, máscaras, esculturas e joias, caso de um enorme cristal sobre a mesinha de madeira de centro, reluzente em um verniz bem aplicado.
Receptivos, Mindlin e a curadora da Biblioteca, Cristina Antunes, acomodaram os visitantes em sofás de couro preto e também agradeceram o pedido de ficarem com a réplica ampliada do decreto. Curioso, Mindlin perguntou se a Imprensa Nacional ainda mantinha parte de sua estrutura no Rio de Janeiro.
Tolentino esclareceu que não e informou-lhe como o decreto ficará exposto no Museu da Imprensa, na companhia de outras peças raras, como a réplica do primeiro prelo do Brasil, o prelo Machado de Assis, o monotipo em que trabalhou Joana França Stockmeyer, a herma de Hipólito José da Costa e o clichê em cobre da planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, o primeiro do Brasil.
Cristina Antunes surpreendeu os visitantes, ao informar que a Biblioteca abriga o original impresso daquela planta, depois vista pelo grupo, quando ela os conduziu para conhecer parte do acervo de Mindlin, onde foram vistos muitos títulos impressos pela Impressão Régia, originais da Gazeta do Rio de Janeiro e de O Patriota, primeiro jornal literário do Brasil.
O empresário também indagou sobre as publicações da Imprensa Nacional e a visitação no Museu da Imprensa. “Tenho admiração pela história da Imprensa Nacional e pelo trabalho de vocês”, afirmou. A longa construção do acervo mais representativo da América Latina, montado a partir dos 13 anos do empresário, tem uma explicação encantada, passada quando seu neto quis saber da história: “Os livros crescem à noite. A gente vai deitar e na manhã seguinte tem muito mais”.