Espaços da IN agora carregam os nomes dos dois ex-servidores da Casa
28 de outubro de 2009
Reverências mais culto à memória mais sorrisos mais lágrimas mais humildade igual à Emoção. Isso iluminou hoje de manhã a reinauguração de dois espaços da Imprensa Nacional com os nomes Dra. Dinorá Moraes Ferreira e Centro Médico Dr. Laranja, evento alusivo à comemoração do Dia do Servidor Público, promovido pela Comissão Permanente de Eventos. Isso — os ingredientes da emoção — não estava no roteiro da solenidade. Isso, num passe de mágica, pulou para a humanidade de cada um dos presentes, gerando mergulhos interiores, captados na face e nos olhos de todos.
A partir das 12h50, após momentos de alta voltagem emocional, foram descerradas, sob muitos aplausos, as placas de reinauguração dos novos espaços da Imprensa Nacional. O primeiro foi o que homenageia Dinorá Moraes Ferreira, Diretora-Geral da Imprensa Nacional de 1979 a 1989. O descerramento foi feito por Dinorá, pelo Diretor-Geral, Fernando Tolentino de Sousa Vieira, pela Presidente da Asssociação dos Servidores da Imprensa Nacional-Asdin, Denise Guerra e pelo Coordenador de Gestão de Pessoas, Humberto Borges de Souza. A seguir, aconteceu o mesmo em relação ao Centro Médico Dr. Laranja, espaço que passa a perenizar a memória do ex-servidor da Imprensa Nacional, o médico Ariovaldo Augusto Laranja, que sempre foi carinhosamente chamado de Dr. Laranja. Ao lado do Diretor-Geral, de Humberto Borges e de Denise Guerra, estavam os familiares do homenageado, liderados pela filha Fabiana Augusta Laranja Vaz. Dr. Laranja foi servidor da Imprensa Nacional entre 1982 e 1991, ano em que se aposentou. Faleceu em 20 de novembro de 2005. Nesse mesmo ano, recebeu da Câmara Legislativa do Distrito Federal o título de Cidadão Honorário de Brasília pelos serviços prestados à comunidade de Samambaia, nos primeiros anos desta região administrativa. Foi o primeiro médico a atender àquela população.
INÍCIO DA SOLENIDADE
O Diretor-Geral Fernando Tolentino abriu a solenidade, às 10h45, saudando Dinorá Moraes Ferreira e familiares, a família do Dr. Laranja, o deputado distrital Rôney Nemer, e os servidores. Lembrou que a designação de espaços da IN com nomes importantes da vida da Instituição foi proposta, ano passado, pela Comissão do Bicentenário e que essa proposta tomou corpo este ano com um processo eleitoral, pelo qual os servidores elegeram os dois ex-servidores como os merecedores da homenagem. “Este momento é tão expressivo que me sinto homenageado, prestigiado”, disse Tolentino ao final de sua fala. Anunciou, então, o pronunciamento da presidente da Asdin, Denise Guerra.
Ela discorreu a respeito da trajetória dos homenageados na Imprensa Nacional. Lembrou que Dinórá Moraes Ferreira foi a primeira mulher a assumir a Direção-Geral da Imprensa Nacional, a convite do ministro da Justiça Petrônio Portela, em 1979. Destacou os desafios enfrentados e vencidos pela homenageada, como o atraso de meses na circulação dos jornais oficiais, defasagem tecnológica do parque gráfico, degradação física do prédio, finanças estranguladas e baixa auto-estima dos servidores. Destacou que Dinorá criou o Museu da Imprensa, o Auditório D. João VI, a Creche Leôncio Correia e adquiriu a rotativa Goss Urbanite, iniciando um ciclo de modernização institucional e tecnológica na Imprensa Nacional.
Falou a respeito de Ariovaldo Augusto Laranja, observando o tamanho das saudades e o número de amigos que deixou na Imprensa Nacional. Destacou o lado humano desse qualificado médico ginecologista. Listou suas atividades no Órgão: médico do Trabalho, suplente da Junta Médica, chefe do Serviço Especializado em Engenharia, Segurança e Medicina do Trabalho e, em 1990, membro da comissão provisória do pioneiro Programa de Prevenção e Assistência às Questões Relativas ao Uso Indevido de Drogas e Álcool.
DINORÁ
Após cumprimentar o Diretor-Geral, Dinorá manifestou sua felicidade pelo momento, e agradeceu pela lembrança de seu nome. Voltando-se para os presentes, identificou o servidor Rubens Cavalcante Junior — a quem, em sua gestão, confiou a administração do Museu da Imprensa —, chamando-o carinhosamente de “meu filho”.
“Trabalhar na Imprensa Nacional foi um prêmio. Para ela, entreguei meu tempo mais importante. Nela realizei meus sonhos, realizei-me como pessoa e profissionalmente. Nela exercitei os valores aprendidos desde a infância. Nela aprendi a vencer desafios”, confessou Dinorá. Sobre os desafios, recordou episódios como o problema gerado por um temporal — “ocorrido em 24 de maio de 1980, meu batismo de fogo” — que obrigou-a, junto a diretores da IN, a cobrir com lona a rotativa, que, não fosse essa providência, ficaria totalmente molhada. “Isso aconteceu às 10 horas da noite, de um feriado, e não pudemos contar com o Corpo de Bombeiros que estavam atendendo uma emergência no Aeroporto”. Lembrou da modernização gráfica do Diário Oficial e do Diário da Justiça; a implantação da primeira plataforma de informática; o encontro com o ministro da Fazenda, Mário Henrique Simonsen, para pedir verbas; e a criação do Grupo de Teatro Machado de Assis, que apresentou, em vários locais da cidade, a peça Cantiga dos Esponsais. “E continuo lembrando… O cheiro de tinta, o ruído das máquinas. Eu os sinto, eu os ouço… E meus passos, entre o setor administrativo e o industrial, soam até hoje como uma bela melodia, acompanhando o ritmo de meu coração. Eu me lembro de tudo. Exercito para não esquecer. Não quero esquecer!”, comentou com emoção à flor da pele.
Uma curiosidade. Dinorá disse que conheceu a grandeza do Órgão percorrendo suas dependências ao lado do Dr. Laranja, com quem costumava almoçar.
O marido de Dinorá, Valdoir Menezes Ferreira, prestigiou a homenagem, ao lado do filho João Felipe Moraes Ferreira e da nora Ana Cláudia Moraes.
A convite dos filhos do Dr. Laranja, participou da solenidade o deputado distrital Roney Nemer, que pronunciou uma bela fala. Lembrou que quando foi administrador de Samambaia, em 1999, o Dr. Laranja foi o seu coordenador de saúde, cuidando de quatro postos assistenciais, “sempre extrapolando horários para atender da melhor maneira possível qualquer um da população”. Acentuou: “Ele tratava o ser humano de uma forma muito especial. Tratava o ser humano como ser humano. Era servidor do público. Atendia, com extrema dedicação, desde a mais humilde pessoa até àquele de classe social privilegiada”. Dirigindo-se aos familiares do homenageado e à Dinorá observou que “vocês colhem aqui, hoje, o que foi plantado, com carinho, amor e dedicação. Colhem carinho, reconhecimento, memória…”. Quando rodou o vídeo, produzido pela família do homenageado, com imagens da sua vida profissional e familiar, ao som de “My Way”, de Frank Sinatra, ele e muitos dos presentes não conseguiram segurar as lágrimas.
Sentimento parecido aconteceu com a exibição de um vídeo com fotos e declarações de Dinorá, produzido pela presidente da Comissão de Eventos, Helenilda Lima. Sob a canção “Oração do Tempo”, de Caetano Veloso, convidados e servidores deixavam aflorar a emoção.
FABIANA
Acompanhada do marido Roberval Sílvio Vaz e dos filhos Talita, Vinícius e Roby Alexandre, a filha do Dr. Laranja, Fabiana Augusta, manifestou os seus agradecimentos a homenagem prestada pela Imprensa Nacional e, em especial, aos 131 servidores que votaram no nome de seu pai. “Ele foi tão generoso e humilde que, vejam só, nós estamos colhendo aqui o que ele plantou. Meu pai não foi só um grande médico: foi sempre uma grande pessoa, um ser que sempre se superava para atender ao próximo”, comentou. Além de Fabiana, esteve presente ao evento seu irmão Francisco de Assis Araújo Laranja, e Albertina Rodrigues Pimentel.
A solenidade de hoje faz parte da II Semana de Qualidade de Vida da Imprensa Nacional e foi o ponto alto dessa iniciativa do Comitê Gestor de Qualidade de Vida.